sexta-feira, 22 de abril de 2011

#deplastico

Não é censura, é uma opção, como foi dito. Uma boa opção, com bom senso, para todo o povo paraibano no mês de junho. Não contratar determinados estilos de música para as festas de São João apoiadas pelo governo da Paraíba foi a melhor coisa que Chico César fez na secretaria de cultura do estado, e é o que esperava o público que ainda relembra sua boa gestão na FUNJOPE: uma posição firme como a tomada, e declarada, na última semana. Quando ainda na prefeitura de João Pessoa Chico idealizou e realizou projetos de boas apresentações musicais, com bons públicos em diferentes pontos da cidade e com ótimas oportunidades a artistas locais.


Dessa vez como secretário de cultura do estado a pretensão é promover um São João com artistas da terra, paraibanos de verdade, e até aqui tudo certo, a maioria concorda, mas torna-se polêmica quando é declarado que em palco apoiado pelo governo não se toca “forró de plástico”. Disseram que não se pode determinar o que é ruim ou bom para o público e que não se pode tratar o forró feito por algumas bandas atuais como de plástico. Eu digo que realmente não se pode enfiar boa música guela abaixo da massa, é o que ela está precisando, porém concordo com a rotulação do forró de plástico. É de plástico sim! É de plástico porque possui letras banais que desvalorizam qualquer senso moral e legal do homem, por não respeitar direitos autorais de ninguém, por incentivar o uso exagerado do álcool, por tocar a volumes exorbitantes e desrespeitar o senso coletivo, por serem feitos para durar 1 ou 2 meses, apenas. Os produtores, músicos, empresários e fãs desse estilo sabem disso e tiram total proveito de cada uma dessas características, mas acham ruim serem criticados por isso e mais agora com as declarações do secretário, que também é artista. É aquela velha conversa de uma mulher muito gorda que exagera em todo tipo de comida mas odeia, e se revolta, ao ouvir que é uma baleia.

Chico César não foi preconceituoso, censurador ou qualquer coisa do tipo, apenas quer trazer de volta nossa cultura, nesse caso o forró, de raíz e acabar com disputas de grandes atrações musicais entre cidades do interior, onde os exagerados cachês são pagos com dinheiro público. Como foi dito pelo próprio, quem quiser ouvir esse tipo de música que pague por ela, afinal, para se ter forró da xeta, forró pegado, aviões do forró e suas variantes não custa caro e nem é necessário esperar o mês de junho.