terça-feira, 12 de julho de 2011

Get up, STAND UP!


É bem verdade que o gênero Standup comedy encontrou no Brasil o sucesso máximo nos últimos anos e se tornou febre com público jovem que lota as apresentações para gargalhar das piadas que retratam seu cotidiano e realidade. Na década de 60 o grande Chico Anysio foi precurssor e já fazia suas apresentações neste estilo para que hoje muitos humoristas possam contar suas sacadinhas nas apresentaçõeas de standup. Mas a grande verdade seja dita: foram os atores que fazem elenco no programa CQC que tornaram o standup conhecido do grande público na televisão aberta e tiveram o boom na web com suas apresentações solos, que viajam o brasil inteiro nadando em dinheiro.

O fato é que sabendo bem as origens do público do standup: jovem, de classe média/média alta, que usa internet regularmente e tudo mais, os caras cobram os preços mais absurdos em ingressos para apresentações. A internet é aliada desse pessoal todo e serve como mídia para promover o artista e as turnês porém, com  a pirataria, também tira a opção de serem vendidos DVDs, aúdios, livros ou qualquer reprodução dos shows. É óbvio que os artistas e produtores do standup não tem renda com a venda de material gravado, porque a internet nesta hora joga contra e abriga todo o conteúdo gratuitamente. Isso significa que a grana vem toda dos ingressos, ainda assim isso não justifica o grande superávit. Não mesmo.


Tenho a liberdade de pegar um exemplo claro e objetivo do que rola na minha cidade, onde os costumes e tendências de tudo são voláteis e mudam de acordo com o vento. Olhando o calendário de eventos deste mês temos Oscar Filho marcado por aqui no dia 24, com o preço de R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia). Um dia antes, 23, tocam a turma do JQuest e Biquini Cavadão, com ingressos a R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia). Veja bem, o Oscar Filho vem com, no máximo, 1 produtor e sua mochila nas costas, enquanto cada banda tem 5 e 4 músicos, respectivamente, e ainda vários assistentes de produção.

As apresentações de standup, em sua grande maioria, não usam cenografia: é um banco, luz normal de teatro e um microfone, enquanto os músicos viajam com seus instrumentos, equipe grande por trás e toda estrutura da produção. Sem falar no renome nacional das duas bandas em questão e das carreiras, com o JQuest completando 15 anos de estrada e o Biquini nem sei quantos, acho os preços da apresentação de standup, no mínimo, injustos e caros, como de costume.


Não desmerecendo trabalho de humoristas e produtores, até porque só há apresentação porque há público, e vice-versa, e eu mesmo sou fã desse estilo que fala a verdade cuspindo na cara as anomalias da própria sociedade que aplaude no fim, mas o que poderia justificar os altos preços? O nomezinho gringo? Os carinhas serem descolados e estarem no twitter?

Não dá. Pra mim não dá, amigo. Gosto desse estilo de humor e sempre estou afim de ver uma apresentação ao vivo, mas quando olho os preços sinto como uma ameaça de ser assaltado e logo desisto. Pensando assim fico em casa poupando minha grana e vendo as piadas do mês passado no youtube, morrendo de rir.

Um comentário:

  1. Não dá. Pra mim não dá, amigo. [2]

    De fato, Che. O negócio é que eles estão aproveitando que estão em alta. Daqui a alguns anos, quando surgir alguma outra "moda", aí eles não vão conseguir cobrar um absurdo desses.

    E tem mais.

    O fato deles estarem na TV conta bastante pra querer cobrar preços astronômicos.

    Pelo menos no youtube (ainda) é de graça. HAHA

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