domingo, 20 de setembro de 2009

OS PIORES TEXTOS DE WASHINGTON OLIVETTO


Acabo de finalizar “Os piores textos de Washington Olivetto”.



   É um livro do que reúne textos gerais publicados em jornais, revistas e sites mundo afora, de todos de autoria do publicitário Washington Olivetto.



   Uma curiosidade inicial, que talvez tenha levado muita gente a ler, é o título. Afinal, porque aqueles são os piores textos de Washington Olivetto? Ele, brilhante, explica logo no início o porquê desses serem seus piores. Washington é publicitário, ama o que faz e diz ter nascido para isso - escrever anúncios e filmes publicitários - portanto ele considera seus melhores textos aqueles que foram feitos para anúncios, veiculados e premiados em todo o mundo. Os outros textos (não-publicitários) artigos, colunas e crônicas que vão para as revistas, são sem importância para ele, o próprio Washington considera ruim tudo que ele escreve que não é propaganda. Portanto os piores.




   Como são textos aleatórios, publicados nos mais diversos canais, o leitor encontra assuntos inusitados e inesperados. O velho Washington conta como começou em publicidade, seu primeiro emprego de redator, a época de golden-boy da publicidade brasielira e suas experiências gerais de mercado. Mas fala também de Madona, do Corinthians, de samba, bossa-nova, de suas viagens pelo mundo, ele dá muitas dicas de viagens pelo mundo, fala de seus bons amigos brasileiros e estrangeiros, e isso às vezes assusta. Assusta porque Washington conhece a fundo os melhores restaurantes, bares, lanchonetes e hotéis do mundo, sem falar em seus amigos pessoais que também são pessoas importantes e influentes em todo o mundo. Isso é citado por ele sem nenhuma cerimônia, o que na maioria das vezes nos deixa boiando por ser uma realidade muito distante da nossa.




    Apesar de todo o glamour de dua vida pessoal e de suas viagens, Washington é um cara simples. Ele fala, diversas vezes, na paixão que tem pelo pastel de feira, o botequim da esquina, o papo matinal com o porteiro, a ida ao estádio de futebol, e diz fazer tudo isso religiosamente, pois todas essas análises são matéria-prima importantes da criação publicitária.



   Washington dedica uns 3 capítulos para falar de propaganda-fantasma. Propaganda fantasma é aquela que os publicitários criam e produzem somente para ganhar prêmios, ou seja, não é veiculada, não chega ao grande público, fica restrita ao público que atua na área de propaganda. Washington é contra os fantasmas e tem um posicionamento muito forte com esse assunto, ao ponto de xingar os adeptos e rejeitar convites para ser jurado de premiações quando sabe que tem fantasmas concorrendo. Outro posicionamento forte dele é com propaganda política. Washington diz nunca ter feito nenhuma campanha política ou governamental, prefere a iniciativa privada, onde diz que as decisões são profissionais e não políticas.



    Por várias vezes Washington aborda o sistema de trabalho diferenciado que ele aplica na sua agência, a W/Brasil. Há um fluxograma próprio e algumas muitas peculiaridades. Ele fala como são as campanhas internas motivacionais, as estratégias de trabalho, os brainstorm e happy-hours. Me chamou atenção 2 desses projetos, o primeiro é a sexta-feira alguma coisa, onde é convidado um profissional de outra área não ligada a publicidade para bater papo com os funcionários da W/. Publicitário almoça e janta com outros publicitários, convive muito no meio, e essa foi uma forma que Washington encontrou para driblar isso. Toda sexta-feira chega um dentista, um músico, um policial, um advogado para conversar com a equipe e contar um pouco de sua rotina de trabalho. Além desse, outro projeto interessante é um em que o Washington, através de suas amizades, manda seus funcionários para estágios e períodos de experiência nas maiores agências do mundo. O carinha acha os trabalhos de uma agência fantásticos, sonha como seria sua estrutura, ai vai lá falar com o tio Washington, em 15 ele liga para o exterior e a vaga ta garantida. Fantástico!



   Aliás o livro todo é fantástico. Conheci um pouco mais dos hábitos, manias, ideologias dele. Aprendi muito com as dicas desse cara que é, sem dúvida, o Top of Mind na categoria profissional da publicidade brasileira.

O livro tem uma leitura gostosa, rápida, que vale muito a pena.



   Todos os melhores textos de Washington Olivetto foram, inevitavelmente, comprados. Indico a compra dos piores também. http://www.americanas.com.br/home/begin.do?home=AcomProd&departmentId=1472&itemId=136585


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